7 de nov. de 2013

Treinador com formação acadêmica profissionaliza o futebol

Conhecimento de cunho científico favorece o desenvolvimento prático e teórico de futebolistas
Por: Gabriel Bonafé

Um lançamento em profundidade, um passe preciso, uma tabela rápida e um golaço. Esses são pequenos acontecimentos do futebol que faz o torcedor levantar de onde estiver e comemorar. É a tal da magia do futebol, que não depende apenas de talentos individuais ou casualidades para funcionar, mas de um casamento entre o conhecimento prático e teórico do atleta.  Para tanto, é necessário que a comissão técnica esteja preparada para lidar com essa exigência, com saberes que vão além da experiência de ex-jogador.

Eduardo Barros, técnico da equipe sub-20 do Grêmio Novorizontino, diz que o ambiente acadêmico garante aos treinadores conhecimentos científicos essenciais para o desenvolvimento de atletas, que envolvem complexidade, filosofia, pedagogia, treinamento, psicologia, maturação, aprendizagem e outros. “Tais conhecimentos capacitam os treinadores e, consequentemente, os tornam mais respaldados para o exercício da função”, argumenta.

Além de ex-atleta de futebol (jogou na Associação Atlética Ponte Preta, União Agrícola Barbarense e Clube Atlético Huracán-ARG), Barros também é graduado em Educação Física pela Universidade de Campinas e Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas.  Ele diz que não se deve estabelecer comparações entre experientes do gramado e dos livros que atuam como treinadores e afirma que há espaço para todos no mercado. “A demanda atual exige bons profissionais, formados ou não, mas que atendam as exigências do futebol moderno”, assegura.

Estudos da Universidade do Futebol, instituição que promove ensino online e presencial, com conteúdos para capacitação e qualificação no futebol, traz exemplos de técnicos vitoriosos no mundo futebolístico que possuem formações acadêmicas, como José Mourinho. Apesar disso, o próprio treinador português reitera a necessidade de vivenciar o ambiente desse esporte, que não é contemplado de forma plena nos livros. Eduardo Barros tem uma opinião semelhante, a qual o cotidiano do esporte, que envolve o relacionamento entre atletas, expressões e até ‘assuntos de vestiário’, é algo que não se aprende nas faculdades. Explica que a formação acadêmica é somente uma das inúmeras variáveis que compõe a formação do profissional: “paralelamente a esta formação, ele (o profissional) deve procurar cursos, congressos, estágios e entre outras capacitações relativas à modalidade”.

No continente europeu, o futebol é administrado pela UEFA (União das Federações Européias de Futebol). Essa entidade promove convenções com federações afiliadas desde 1997 para discutir a regulamentação dos treinadores, conforme dados da Universidade do Futebol. Somente em 2008 que as habilitações de treinadores da UEFA foram reconhecidas. De lá para cá, o destaque de jovens atletas (principalmente nas seleções, como Espanha e Alemanha) passa do quesito coincidência para consequência.

A profissionalização do esporte, sobretudo do futebol, é uma questão ligada à cultura. Esse ambiente não muda da noite para o dia. Na Europa, levou mais de dez anos. Mas é importante ressaltar que alguns fatores já contribuem para essa vertente, como a promoção de cursos pela CBF e pela Universidade do Futebol, que buscam mostrar que o Brasil é, de fato, o país do futebol.

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